quinta-feira, 25 de abril de 2013

Letto - Lançamento disco "Muda" no programa Geleia Moderna Rádio Roquete Rio de Janeiro-RJ

Letto capa Muda "2013"
Capa "Muda" 2013 por: Juan Dias

Clique no link e Ouça a entrevista de lançamento do disco "MUDA" 2013

Letto no Geleia Moderna

Ficha técnica completa:


"Muda" 2013
Gravado por: Bruno Carneiro
Mixado e masterizado por: Alexandre Goulart
Produção e Arranjos: Bruno Carneiro, Letto, Pablo Matos e Vini Machado
Fotos: Juan Dias

Ouvir e baixar "Muda"

1- Ganhei  o mês (Letto)
Letto: Vozes, Guitarra, violão e teclado
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Bateria e percussão

2- Baygon (Letto)
Letto: voz, Violão e Guitarra
Pablo Matos: Teclado
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Bateria


3- Contrato Social (Letto) 
Letto: vozes e Guitarras
Pablo Matos: Teclado
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Percusão

4- Cantos (Letto)
Letto: voz e Guitarras
Pablo Matos: teclado
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Bateria e percusão

5- Sala de estar (Letto)
Letto: vozes e Guitarras
Pablo Matos; Violino
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Bateria eletrônica
Alexandre Goulart: Sintetizador
Guitarra preparada: Todos

 6- Pensamentos Abortivos (Letto)
 Letto: vozes e guitarras
Pablo Matos: Violino
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Bateria

7- Fuga (Letto)
 Letto: Voz e guitarras
Vini Machado: contrabaixo
Bruno Carneiro: Bateria

8- Café na terra do sol (Letto)
Letto: voz, Ukulele, Guitarra e bateria
Vini Machado: contrabaixo

quinta-feira, 7 de março de 2013

Eu, o tempo e meus filhos.


É teoricamente fácil demais escrever pensando apenas em si mesmo. Porque a forma de organizar os versos já tem um certo espaço pré-definido pela vida pessoal. Mais ao mesmo tempo pra mim é praticamente impossível lhe dar com algo que não vivo. Falar sobre coisas que estão longe de uma experiência pessoal  não tem sido uma pratica minha, apesar de dar credibilidade a quem faz, e reconhecer que existem coisas incríveis do gênero.
Ao mesmo tempo que me deparo com estas diferentes formas de criar, busco uma consciência maior do que esta a redor através dos versos cantados. Como não consigo falar sobre o não vivido, creio que achei uma forma de explorar tais criações de um modo que me liberta de canções unicamente narcisistas. Tal forma consiste em compilar lembranças, pensamentos e desejos num só lugar, numa só obra. Assim a canção ganha um certo caráter abstrato e abrangente com relação ao ouvinte. Não crio canções para explicar, afirmar ou confundir, e sim para simplesmente refletir, repensar, reorganizar e ate mesmo criar imagens ou cenários relativamente cotidianos de acordo com a vida de cada um. É claro que este processo não é fixo, pode ser que pra alguém alguma obra chegue explicada perfeita e com inicio meio e fim. Mais não conto apenas com isso. Posso falar do que estou passando nos últimos meses, porem mergulhado numa pesquisa intelectual de como falar disso sem carimbar nas mentes o óbvio e deixando de lado a intenção de apenas narrar minha vidinha de artista. E na medida que o tempo passa quero deixar estas atividades mais livres, pr ser momentos íntimos (No plural) externizados. Contem comigo para explorar e compartilhar estas experiências humanas. Mais também não se prendam se um dia eu querer fazer todos dançarem em vez de pensarem, Nem que pra isso esteja envolvido em outros projetos que não necessariamente carregam o meu nome estampado na capa!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

EP "Daquelas que não canto mais" e a trilogia dos ciclos.

          Nesse esquema de escrever e cantar, vamos pausando alguns momentos de nossas vidas e registrando aquilo que chamamos de canção. É um estilo de vida meio despretensioso e,ao mesmo tempo, complexo, uma vez que somos responsáveis por organizar e  definir como serão expostos tais "filhos". E mais do que isso, quando e como será a ordem dessa apresentação ao mundo. É preciso ficar atento às mudanças que vão acontecendo dentro e fora da gente. É preciso ficar atento à linha imaginaria do processo criativo que rege os temas que vão surgindo. E nesse sentido ando explorando e organizando as "crias".
         Após lançar dois EP's: "Pare, olhe, escute" (2010) e "Fotografia das falas" (2012), morar em São Paulo e depois Rio de Janeiro,lugar onde hoje vivo, entrei numa paranoia delirante com relação às canções que tinha gravado até então. 11 no total, ou seja, muito pouco para os anos que se passaram em Natal-RN produzindo e cantando músicas que tinham certo potencial de serem gravadas, mas por questões ocultas ao momento nunca tinha parado para fazê-lo. O fato é que, para caber no orçamento de gravar os 2 EPs, tive que fazer um préjulgamento do que seriam canções mais maduras e escolher para iniciar as gravações. Isso é meio doloroso, porque uma ou outra fica de fora, mesmo sabendo do potencial criativo nelas atribuídas.
             Ao chegar no Rio em 2010, após algumas andanças desnorteadas, conheço o Mineiro João Freitas. Músico guitarrista e produtor que, ao conhecer meu trabalho, logo se empolgou em tocar junto, gravar... Chegamos a ensaiar e passar algumas canções - entre elas "Um Final", primeira faixa do EP. e esse encontro veio numa hora perfeita: momento em que precisava retomar com as atividades musicais e gravar novo material. De certa forma, as conversas e planos nos deixaram empolgados, e era preciso entrar na ativa em terras cariocas imediatamente.

              Passado alguns meses, João precisou retornar para MG ficando a promessa e as conversas virtuais afim de realizarmos um trabalho juntos, gravaríamos com equipamentos de Home Studio. Porém, mais que gravar um novo material, eu desejava registrar canções que havia escrito antes mesmo de nascer o repertório composto nos dois EP's anteriores, um repertorio que estivesse totalmente ligado a mutação literária, e a importância de brincar com o passado de uma forma séria. De como se perceber as mudanças sem deixar de lado um passado produtivo, que sem dúvida tem sua importância. Um passado relativamente distante pros tempos ligeiros de hoje, um passado de 4 ou 5 anos atrás, quando as influências cristãs eram muitos mais presentes e sentidas que hoje. Eu já tinha saído do universo perfeito do catolicismo praticante, mas estas coisas que nascem com a gente são um tanto difíceis de dissolver no tempo.(Nada mais agradável que matar a sede com um copo d'agua, depois de tantos barris de ilusões, certezas e plenitudes empurrados goela abaixo). Esse novo EP fecha a trilogia com um certo simbolismo pagão, que aprendi a não marginalizar. E encaixa num espaço importante para seguir o caminho e produzir o novo.
              Naturalmente, devido ao tempo, ao espaço e aos anos passados, as letras são mais diretas e as metáforas menos abstratas, com uma pegada meio Rock em quase todo o conteúdo e, sonoricamente falando, citando um passado adolescente em que os ouvidos se voltavam muito para as guitarras.
        Um exemplo maior ouviremos na 5° e última faixa, a canção mais quadrada entre todas, o que me fez refletir muito sobre ela entrar no repertório ou não. Mas  taí, é o famoso “tá na chuva, é pra se molhar”. Afinal de contas, foi uma canção pensada 4 anos atras, gosto da letra e da interpretação quase que gritada, é a canção que menos sofre alterações contemporâneas, ela é pura, profana e jovem.   Já nas outras faixas teremos alguns timbres e ambientes bastante reverberados, influência direta dos artistas gringos que ouvia muito na época como Coldplay, Radiohead, Travis, Sigur Ros... além das influências fundidas diretamente com a música mineira, seja em acordes ou em sutilezas adquiridas pelo contato direto com cidades menos urbanas, como João Monlevade-MG. Esse é o local onde residem os músicos participantes: João Freitas, André Freitas e Daniel Bahia. uma outra questão importantíssima, cada formação tem sua pegada, sua forma de se expressar e receber as canções, foi assim com os potiguares, Mineiros, e esta sendo com os cariocas. gosto e valorizo essas diferentes configurações. 

        A capa e contracapa são compostas por 2 quadros pintados pelo artista Mineiro Marcos Câmara. as obras foram digitalizadas, para caber no mundo virtual (foi difícil escrever as informações em cima, mas tentamos  poluir o menos possível). Ainda precisamos discutir sobre o destino das obras (na parede da minha sala ficariam incríveis hehe... a briga vai ser grande, porém faremos algo interessante para todos).
               De 2010 pra cá aconteceram muitas coisas, desde participação em projetos, lançamento de material, a formação da nova banda, e naturalmente nascimento e elaboração de novas canções. tínhamos a expectativa de começar a gravar e lançar logo, pois além de músico muito sensível, o João é o cara mais estranho do mundo quando se empolga (no bom sentido), e isso era muito presente, pois curtia muito as canções e demonstrava com todas as forças. E isso de certa forma me ajudou diretamente, trazendo de volta uma autoestima castigada pela frieza paulista a que fui submetido. Realmente não imaginávamos que para concretizar as idéias iria demorar tanto, e se tornou um "martírio temporal" (importante para ser mais "fiel" a temática cristã do EP) para concluirmos este trabalho. Foi um tanto difícil devido ao tempo. Mas não podia desistir, pois costumo cumprir as promessas, por simplesmente valorizar a importância enorme de cada momento, e respeitar as expectativas das pessoas que resolvem unir forças. As afinidades eram incontáveis. Mas isso não bastava, tínhamos um limite, e esperar demais impediria a realização e o encaixe do trabalho como 3° EP, já que iniciava a produção do disco com novos músicos, e era preciso fechar a trilogia logo, para me sentir realizado com o material lançado e conseguir seguir produzindo novo material com os parceiros de banda carioca.
            Após o 'é agora ou nunca' se expor, o João veio pro Rio e passamos 5 dias enfurnados no apartamento gravando, em meio ao barulho da Lapa, o elevador do século passado, e as intervenções dos parceiros de casa e banda Bruno Carneiro, Pablo Matos e Vini Machado (que foram muitos pacientes diga-se de passagem) 
             Usamos interface tascam US 800, emprestada gentilmente pelo Músico Rogério Castro, e um microfone Behringer C1 para as vozes. Foi interessante esperar os intervalos do elevador, ou quando o bairro lá fora parecia silencioso, também houve momentos em que era preciso ter paciência , mesmo estando no 10° andar do prédio, a musica urbana penetrava no ambiente algumas vezes deixamos vazar mesmo, a sala não era isolada, (mais pra que isolar-se?) foram dias exaustivos produtivos e esperançosos.
 
           E chegamos em mais uma fase demorada: após o retorno do João para João Monlevade, os encontros eram feitos online pois os arranjos eram coletivos, e as sessões de gravação aconteciam de forma em que eu sempre estava conectado acompanhando e participando das criações. e até tocando online. A maior dificuldade foi a sincronização dos horários (considerando os relógios, duas cabeças se enrolam mais que uma) e passaram-se meses tentando organizar e evoluir. Porém, na 2ª oportunidade que tivemos de estarmos juntos e ao vivo já em agosto (desta vez em MG), as coisas fluíram de maneira impressionante, com certeza pela prática virtual de criar os arranjos. Ao vivo era tranquilo. E de fato muito foi feito: aproveitei para gravar algumas guitarras, e também pude acompanhar algumas sessões com André Freitas (Bateria, Baixo e mixagem). Foi um longo processo, mas gostamos dos resultados.
       Na medida em que o tempo passa vou tentando agregar cada vez mais imagens as letras, meio que provocar fotografias com o que elas dizem, portanto cheguei a comentar com o João sobre todas as canções terem vídeos, nem que sejam caseiros mesmo, para postar no lettotv. Então decidimos  lançar todas já desta forma, mas como devem ter percebido não rolou devido imprevistos, (conseguimos fazer isso com  "Um Final"  ) vamos lançar na seqüência os vídeos de “Inércia” e “somos quadros” porem sem datas pré definidas, para podermos darmos passos acessíveis. Quanto a estes vídeos a qualquer momento colocaremos no ar estas singelas visões.

              A esta altura do campeonato, sei que o texto está meio grande para postar no twitter, e não me resta mais nada a fazer a não ser expôr o material. Espero que vocês também gostem, e explorem o fato das canções serem nascidas antes mesmo de todas as faixas que vocês conhecem até agora. Para mim é muito mais que um 3ºEP, são muito mais que 5 canções... é ao mesmo tempo a afirmação de um estilo de vida. são ao todo16 faixas que fazem parte de mim e dizem muito sobre o amanha. passagem para um novo ciclo, uma simbólica transição entre o que foi escrito e vivido em Natal, e o agora, com todas as influências absorvidas pelas mudanças submetidas pelas metrópoles, e pelos amores urbanos e poéticos que me atingem. Chegou a hora de encaixar a ultima peça de um quebra cabeça existencial e geográfico que norteia as inspirações futuras!

Meus agradecimentos aos músicos Mineiros que fizeram com que esse trabalho fosse concretizado. E que venham as novas inspirações de acordo com o tempo-espaço vividos! bom passeio!

Ouça, baixe e crie uma nova pasta:

Letto: voz

João Freitas: Guitarra e contrabaixo

Bateria: André Freitas


Letto: voz

João Freitas: contrabaixo e guitarras

André Freitas: bateria


Letto: voz e guitarra

João Freitas: Guitarra

Daniel Bahia: violão e guitarra


Letto: vozes, guitarras e Ukulele

João Feitas: contrabaixo e guitarras

André Freitas: Bateria


Letto: vozes e guitarra

João Freitas: Guitarras

André Freitas: Bateria e contrabaixo




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

entrevista com produtora Melodybox.


Letto começa bem o semestre: “Um final” em videoclipe.


Apesar de sua grande afinidade com o rock, suas canções não seguem uma linha comum: nascem de forma aberta a ritmos variados e experimentais, ricas em metáforas, criticismo, realismo e melancolia.                          
Um músico de muitas palavras e muito o que dizer. Com a palavra, Letto:
Como você vê a cena independente atualmente?
Falar da cena independente atual, é meio que tentar pausar um movimento que praticamente não tem tempo para isso, no sentido de que a cada dia surgem novas bandas e artistas, novas propostas e referências. Além da tal “Cena independente” não ter mais aquele caráter singelo, em que se rotulava bandas que ainda estão plantando um espaço consideravelmente forte. Hoje podemos ver grandes artistas, desejando e visualizando essa tal marca independente (ao menos ao meu ver) e acho isso positivo também, afinal, estamos finalmente quebrando aquele pré conceito de que independente é sinônimo de amador. Muito pelo contrário, nesses 10 anos de estrada percebo que os artistas estão se assumindo, e apostando numa sonoridade que pode não ter uma base de equipamentos caros e precisos, mas sim, numa linguagem que pode ser sincera e de personalidade.
A cena independente ainda irá mexer muito com este país, porque tudo que está vivo, está exposto a mutações, que hão provocar reflexões a respeito das referências criativas e ativas!
Por que resolveu fazer o lançamento pela Melody Box?
Tenho uma relação muito boa com a produtora, desde a participação da 1° coletânea fora da caixa com a canção “Não mais” do EP “Pare, olhe, escute” que teve uma boa projeção, através do público que votou e dos jurados, entre outras coisas. Gosto muito do alcance e da relação artista/público que a Melody Box tem. Este espaço democrático e inteligente de divulgar os artistas. Enfim, vários pontos que com certeza fazem valer a pena este lançamento!
Conte um pouco sobre os significados de “Um final”. Ela não gostava de futebol?
Apesar da canção ter uma linguagem e pensamento romântico (analisando rapidamente), não falo apenas “dela”. Por ser uma canção essencialmente existencialista. O feminino nesse caso pode ser representando pela necessidade de estar perto ou se sentir vivo e acolhido.
A bola de futebol, representa o espaço que compartilhamos, e que estamos expostos a perder ou ganhar. É essa a brincadeira que falo na canção. De sermos deuses humanizados e fracos ou fortes.
Algum projeto na gaveta pronto para sair?
Sim. A canção “Um final” fará parte do EP “daquelas que não canto mais” que estou produzindo junto com o músico mineiro “João Freitas” o EP, será composto por 5 canções que escrevi há 4 ou 5 anos atrás em Natal-RN, ou seja, canções anciãs para os tempos ligeiros de hoje. Devo lançar o EP em breve. É que tal material precisa ser lançado antes do meu 1° álbum, que já esta em frase de gravação junto com minha banda formada pelos amigos músicos cariocas: Bruno Carneiro (bateria), Pablo Matos (violino e teclado) e Vini Machado (contrabaixo). O álbum marcará uma nova fase, com músicas que foram escritas nas últimas capitais em que morei: Natal-RN, São Paulo – SP e Rio de Janeiro – RJ. Estamos gravando num sitio em Itaipava-RJ, o que tem nos dado a oportunidade de explorar bastante os arranjos coletivos de uma forma mais cuidadosa. Enfim, em breve devo estar falando mais sobre este álbum, por enquanto vamos seguindo esta ordem cronológica que simboliza e organiza as canções que vou escrevendo.
Alguma dica para dar aos artistas independentes?
Por favor valorizem seus trabalhos. Para fazer arte é preciso dedicação, tempo, dinheiro, tesão, paciência, e acima de tudo, coragem! Tocar de graça sempre será uma situação insistente. Mas tudo tem limite. Sejamos justos!
Assista aqui “Um final”. Que curiosamente marca o início de uma nova fase do Letto.


terça-feira, 5 de junho de 2012

"Aeroporto de pipas" na coletânea "Cena indepenente n. 5"


   cosmopolitas de plantão e amigos cariocas, potiguares,e Brasileiros cidadãos do mundo. apesar desse lance geográfico estar confuso. ta valendo, ta interligado. sempre me achei meio no ar mesmo! mas nada que nos faça esquecer ou nos apropriar dos costumes de onde estamos ou estávamos. apesar de ter colecionado tantos anos em terras potiguares e ser nordestino de todas as formas, desde a ejaculação, a musica nos descola do chão, e esse detalhe de ter nascido no Rio, respirado por pouco tempo o ar carioca (porem pela 1° vez) e ter feito um retirante caminho inverso de volta pro Norte praticamente bêbê indefeso, acredito ter interferido se não energicamente ou em algo que desconheço. só sei que deixou uma brecha, uma lacuna, uma porta entre aberta, que talvez por algum comentário de bastidores foi crescendo crescendo até realmente misturar Ponta negra com Copacabana. talvez exista alguma explicação pro meu cantar sem sotaque tantas vezes questionadas em terras nordestinas. que como um gago não se perde ao cantar, aprendi a cantar com um chiado que sabe-se lá de onde me veio...ou simplesmente posso afirmar que foi influencia da época em que a era cotidiana, e produzia o que queria que víssemos...



mas esta escrita toda na verdade só quer falar sobre este voo da canção que o nome já sugere passeios pelo espaço. a participação de "Aeroporto de pipas" Na coletânea Cena independente. 



bom passeio a todos!


"CENA INDEPENDENTE é um projeto baseado no Music Alliance Pact. Nele blogs nacionais especializados juntam o que há de mais novo e relevante na música independente de seus estados em uma coletânea mensal, publicada sempre no último dia de cada mês por cada blog parceiro. A organização fica por conta do FUGA Underground, enquanto todos os meses os blogs se revezam na escolha da elaboração da arte da capa por um artista da sua região. Nesta edição de maio, o el Cabong convidou a designer baiana Silvis para a missão. "



video oficial "Aeroporto de pipas" 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Podcast "Geleia Moderna"
Bate papo e Música ao vivo, ouça na integra a participação no programa

"Canções ilimitadas" site Barulho cultural


"Carioca, potiguar, sua música, som e, acima de tudo, sua poesia revelam um cantor bem brasileiro
Como definir a música feita por Letto? Rock, pop, regional? Nenhuma e todas ao mesmo tempo. Esse cantor nascido no Rio de Janeiro e radicado no Rio Grande do Norte extrapola as caixinhas tão comuns no cenário atual que separa e cria delimitações em coisas, ritmos, sons e conceitos que poderiam e, em certo sentido, deveriam estar unidos.
Letto, simplesmente e com uma simplicidade      própria dos grandes, dilui, torna tênue, essas fronteiras, faz rock, pop, balada. Contra caixinhas que delimita e exclui sob a prerrogativa covarde de que é preciso manter uma identidade, Letto abre sua “caixona” e coloca nela todos os elementos possíveis para enriquecer seu trabalho, sua música e sua poesia. 
Como a brincadeira pueril de fazer sacolas, pipas coloridos, Letto une elementos e cria uma nova identidade, genuína, rica, plural, a partir das “não-identidades”, coragem para inovar, sensibilidade e criatividade para fazer essas uniões são as marcas desse músico que tem tudo para trilhar uma trajetória ascendente dentro da cena musical contemporânea"
por: Marcos Agostinho                                                    
leia matéria e conheça o site Barulho Cultural                      

segunda-feira, 19 de março de 2012

entrevista ao portal "Rock Potiguar"

                                                                                    Foto: Martins dos Santos
Letto nasceu no Rio de Janeiro, mas não é carioca. É potiguar. Cresceu, aprendeu e desenvolveu tudo o que sabe – na música ou não – aqui na Terra de Cascudo. Em 2010 deu uma louca em busca de novos ares e se mudou pra a cinza cidade de São Paulo. Hoje ele mora naquela cidade em que nasceu, mas que não conhecia. Neste domingo à noite, através do Facebook, bati um papo com esse artista de um olhar diferenciado sobre o mundo ao seu redor. Confira.

Por Rodrigo Cruz

RockPotiguar – Você estava começando a ter uma visibilidade legal aqui em Natal e, de uma hora pra outra, se mandou pra São Paulo. O que te motivou a essa mudança?
Letto – Boa pergunta. É fato que vinha sentindo uma certa evolução com relação a aceitação do publico potiguar, desde do Elegia e Seus Afluentes (sua antiga banda)  até a carreira solo. Havia momentos em que me sentia bem fazendo repetidas vezes o que fazia. Mas sempre fui muito inquieto com o fato de viver há 24 anos no mesmo lugar, e tocando semanalmente nos mesmos lugares. Claro que sempre enfrentei dificuldades como todos os artistas que dividem angústias, independente do lugar, e isso é importante destacar. Qualquer lugar em que você esteja, haverá muros para quebrar, mas o buraco é mais embaixo.
Mudei de cidade, porque precisava me desafiar, sair da zona de conforto (se é que tal situação pode ser citada em terras potiguares). A partir do momento em que mudo o lugar onde vivo aumento as possibilidades de criação, quebro uma rotina que já me incomodava, e de certo modo evoluo com as novas formas e cores que a região central do Brasil permite! Tal mudança poderia ser feita em 2006, mas só foi em 2010 e gosto de me sentir livre o suficiente para poder estar em lugares diferentes, recebendo informações. Nos últimos dois  anos
morei e tô morando nas duas maiores cidades deste país colonizado, e isso mexe com sensações que na minha opinião, todos os seres humanos deveriam sentir. A consciência de que pra falar de certas coisas é preciso
tentar se aproximar o máximo das situações, pois Natal ainda existe, assim como São Paulo, assim como o Rio, lugar onde hoje vivo, aprendo e compartilho.
Quando você se mandou para o Sudeste, já tinha alguns contatos por lá ou foi garimpar sem nada certo? Conseguiu viver da música lá?

Tinha alguns contatos inclusive família. Na música, nada concreto, foi como correr atrás de um trem com o violão nas costas sem saber aonde ele vai. A ideia era morar um tempo mesmo, fazer alguns concertos. Sempre gostei da ideia de ser um lugar frio climaticamente falando. Mas enchi o saco logo, foi bem difícil na verdade. Digamos que São Paulo pra mim foi pra trabalhar o desapego que eu precisava.
E o que te fez se mudar de novo, dessa vez para o Rio de Janeiro? Foi apenas por ter enchido o saco?
Sim. Estava para voltar a Natal, mas decidi ir conhecer o lugar onde nasci, mas a ideia era só conhecer mesmo: ir no Cristo Redentor, no Pão de Açúcar, bater uma pelada em Copacabana, conhecer os artistas alternativos do Rio, subir o morro e ver uma baile funk. Nada demais. Só que devido a minha pesquisa onde seria o tal circuito alternativo, conheci vários compositores cariocas através de um movimento artístico chamado Cauibi, organizado pelo cantor e compositor André lemos. Foi incrível a interação e identificação com a musicalidade que encontrei. Aí fui sendo convidado para fazer parte de projetos paralelos e está acontecendo . Hoje tenho uma banda formada por músicos cariocas e estamos produzindo juntos. Amigos que se juntaram a mim, e só tenho a agradecer por isso. Em breve vocês saberão mais sobre a banda.
Tá dando pra viver da música?
Sim. E é isso que faço! Música ou produção ligada a musica! Ou seja, música! Em Natal também vivia só de música e teatro basicamente. Louco, né? Ao trancos e barrancos. Mas é isso mesmo! Mas claro, não pagava aluguel e não morava na cidade mais cara do Brasil. Ou seja, de certa forma não era tão difícil me sustentar. Mas agora são outros quinhentos, não tem mãe pra te dar comida. E esta mudança tem sido muito digno pra uma evolução pessoal.
Música através de poesia? Poesia através de música? O que melhor caracteriza o seu trabalho?

Reflexão através da música, imagens através das poesias e liberdade!
O público do Sudeste é mais aberto à músicas autorais do que os do Nordeste, ou não tem essa diferença?

Diferença nenhuma! Ambas tem a capacidade de abrir e fechar a mente da mesma forma! A única diferença é o tamanho do que chamamos daquela galerinha alternativa. Aliás, turminha alternativa, que no caso do Sudeste é bem maior.
Maior proporcionalmente ao tamanho das cidades?

Exato.
Vamos falar um pouco sobre o seu vídeo-clipe da música “Aeroporto de Pipas”. Ele é resultado dessas novas vivências de luta e solidão? Fale um pouco sobre onde esse roteiro quis chegar.

Aeroporto de pipas é a faixa 1 do EP “Fotografia das Falas” que lancei em Janeiro deste ano. E é sim resultado desta nova fase de vivência e composições. Apesar de buscar criar canções que assumidamente propõe imagens ao ser lida ou ouvida, nunca dei muita atenção a linguagem audiovisual , até mesmo por questões técnicas e equipamentos. Nunca tive uma boa câmera e o Martins dos Santos (diretor do clipe) estava pilhado com sua nova câmera e me fez a proposta de fazer um vídeo-clipe da canção. A princípio pensamos num cara qualquer andando por diferentes lugares ouvindo a música, essa foi a ideia básica. Pensamos num pré-roteiro, que claro, quebramos tudo, pois na hora “H” foi tudo de improviso. Eu estou ouvindo a mesma canção porém em diferentes lugares, e é basicamente o que a letra fala, sobre esse passeio que pode brincar com as palavras e melodias, e que cor imaginar pra onde olho quando estou com fone de ouvido, mergulhado num universo que está e não está totalmente ligado ao externo. Tem o detalhe de que às vezes ando, às vezes corro, às vezes paro, às vezes pedalo e às vezes dirijo. Ou seja, mudamos o ritmo, ditamos o ritmo, e somos livres para pintar da cor que quisermos nossos pensamentos. Enfim, não sei se te respondi, mas o fato de não te responder por completo, talvez seja válido, uma vez que estamos falando de música improviso e intervenção urbana. É difícil falar de um trabalho compartilhado.
O que você anda ouvindo, lendo e/ou vendo para te inspirar a cada dia que passa?

Ando ouvindo muito rock carioca e essas novas bandas hipster, lendo livros aleatórios e vendo filmes. Pedalando, indo à praia,  jogando bola com os amigos… Enfim, tudo me inspira, até mesmo a nostalgia de estar falando contigo agora diretamente de Natal!
Pretende voltar para essa terra sem leis (de incentivo)?

Por que não?
Talvez por que aqui não se pagam cachês, ou pagam pouco, ou por que os governantes confundem produção de shows com cultura, ou até mesmo por que você pode estourar o pneu do seu carro indo até o estúdio ensaiar…

Boa. Publica isso.
Não tenho planos de retornar a morar em Natal. Até porque já vivi mais de duas décadas neste lugar. Quero viver mais pelo Sul/Sudeste . Porém é um lugar que quero sempre ir. Sempre, sabe… família, amigos, paixões, sotaque, concertos, tudo isso às vezes nos toca. Fazemos parte um do outro.
Algum novo trabalho à vista?

Estou produzindo novo material já, que inclusive pretendo levá-lo pra Natal em fevereiro de 2013.
Dessa vez é um CD completo ou um novo EP?

Um novo EP. Cada vez mais tenho a ideia de ir lançando material e não discos com onze, doze faixas, sabe, e sim lançando o novo material. Terá no mínimo três canções no máximo cinco. Isso porque estamos vendo as questões de tempo de cada um, mas agora realmente prefiro deixar entreaberto, mas a previsão é junho.
Ah, tem detalhe! No final de abril lançarei um single produzido por um compositor mineiro, “João Freitas”.

conheça o Portal "Rock potiguar"