sexta-feira, 10 de agosto de 2012

entrevista com produtora Melodybox.


Letto começa bem o semestre: “Um final” em videoclipe.


Apesar de sua grande afinidade com o rock, suas canções não seguem uma linha comum: nascem de forma aberta a ritmos variados e experimentais, ricas em metáforas, criticismo, realismo e melancolia.                          
Um músico de muitas palavras e muito o que dizer. Com a palavra, Letto:
Como você vê a cena independente atualmente?
Falar da cena independente atual, é meio que tentar pausar um movimento que praticamente não tem tempo para isso, no sentido de que a cada dia surgem novas bandas e artistas, novas propostas e referências. Além da tal “Cena independente” não ter mais aquele caráter singelo, em que se rotulava bandas que ainda estão plantando um espaço consideravelmente forte. Hoje podemos ver grandes artistas, desejando e visualizando essa tal marca independente (ao menos ao meu ver) e acho isso positivo também, afinal, estamos finalmente quebrando aquele pré conceito de que independente é sinônimo de amador. Muito pelo contrário, nesses 10 anos de estrada percebo que os artistas estão se assumindo, e apostando numa sonoridade que pode não ter uma base de equipamentos caros e precisos, mas sim, numa linguagem que pode ser sincera e de personalidade.
A cena independente ainda irá mexer muito com este país, porque tudo que está vivo, está exposto a mutações, que hão provocar reflexões a respeito das referências criativas e ativas!
Por que resolveu fazer o lançamento pela Melody Box?
Tenho uma relação muito boa com a produtora, desde a participação da 1° coletânea fora da caixa com a canção “Não mais” do EP “Pare, olhe, escute” que teve uma boa projeção, através do público que votou e dos jurados, entre outras coisas. Gosto muito do alcance e da relação artista/público que a Melody Box tem. Este espaço democrático e inteligente de divulgar os artistas. Enfim, vários pontos que com certeza fazem valer a pena este lançamento!
Conte um pouco sobre os significados de “Um final”. Ela não gostava de futebol?
Apesar da canção ter uma linguagem e pensamento romântico (analisando rapidamente), não falo apenas “dela”. Por ser uma canção essencialmente existencialista. O feminino nesse caso pode ser representando pela necessidade de estar perto ou se sentir vivo e acolhido.
A bola de futebol, representa o espaço que compartilhamos, e que estamos expostos a perder ou ganhar. É essa a brincadeira que falo na canção. De sermos deuses humanizados e fracos ou fortes.
Algum projeto na gaveta pronto para sair?
Sim. A canção “Um final” fará parte do EP “daquelas que não canto mais” que estou produzindo junto com o músico mineiro “João Freitas” o EP, será composto por 5 canções que escrevi há 4 ou 5 anos atrás em Natal-RN, ou seja, canções anciãs para os tempos ligeiros de hoje. Devo lançar o EP em breve. É que tal material precisa ser lançado antes do meu 1° álbum, que já esta em frase de gravação junto com minha banda formada pelos amigos músicos cariocas: Bruno Carneiro (bateria), Pablo Matos (violino e teclado) e Vini Machado (contrabaixo). O álbum marcará uma nova fase, com músicas que foram escritas nas últimas capitais em que morei: Natal-RN, São Paulo – SP e Rio de Janeiro – RJ. Estamos gravando num sitio em Itaipava-RJ, o que tem nos dado a oportunidade de explorar bastante os arranjos coletivos de uma forma mais cuidadosa. Enfim, em breve devo estar falando mais sobre este álbum, por enquanto vamos seguindo esta ordem cronológica que simboliza e organiza as canções que vou escrevendo.
Alguma dica para dar aos artistas independentes?
Por favor valorizem seus trabalhos. Para fazer arte é preciso dedicação, tempo, dinheiro, tesão, paciência, e acima de tudo, coragem! Tocar de graça sempre será uma situação insistente. Mas tudo tem limite. Sejamos justos!
Assista aqui “Um final”. Que curiosamente marca o início de uma nova fase do Letto.


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