segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quando pensamos em externizar pensamentos atravez da musica, a primeira coisa que se vem a cabeça são palavras que juntas criam rimas... ao menos foi assim que comecei, falando basicamente de relacionamentos, seja eles sexuais, políticos ou familiares
Tudo era muito simples, escolher uma melodia e sair encaixando as frases mais pulsantes e fáceis de se pescar, perdi as contas de quantas musicas tirei desse lago e ate cheguei a mostrar para pessoas próximas, singelas canções despretensiosas, sim, porque pra mim escrever era apenas uma atividade paralela a tocar violão, não tinha uma ligação com estilo de vida ou de pensamentos, pela simplicidade com que mexia com aquilo.
Só que aos poucos fui enchendo o saco de mim mesmo, por achar bobo demais a forma com que encarava o jogo entre a palavra e o pensamento receptivo das pessoas, isso já era reflexo também do meu descontentamento com a musicas que dominam as paradas e baladas... é claro que tenho consciência de que todas as criações partem de um lugar intimo,
Mas que dialoga diretamente com o mundo externo, quando falo/posto que cada canção tem uma particularidade tão grande , que seria impossível achar que é algo que pertence só a você mesmo, estou falando exatamente desta relação, o intimo não significa exclusivo, ou solitário, eu acredito que só somos solitários quando estamos estaticamente calados, do contrario representamos ate mesmo involuntariamente um sentimento geral, que é intensificado quando compartilhamos, e chegue a um ponto em que pra mim não é interessante levar em consideração apenas o jogo de palavras e sim o jogo de imagens que se é possível criar quando se canta. Cheguei a um ponto em que crio canções não so para falar da minha vida, mas para compartilhar com o mundo fotografias imateriais, momentos autobiográficos mais que não deixem de ser livres e ate mesmo dependentes de uma interpretação de pessoas que não participaram da criação da canção, porque pra mim não faz sentido falar do meu cachorro, do meu sapato, dos meus pais, de meus relacionamentos e esperar das pessoas que elas se sintam parte daquilo, fazendo da minha vida postagens facebookianas , é obvio que falamos de nossas vidas, de nossas visões, assim como é obvio
Que é muito fácil se sentir cercado de amigos que se importam com o que você faz offline,
Sei do que falo e do que não falo, só não sei como isso vai chegar ate os ouvidos curiosos porque é essencial que haja interpretações por mais que fujam do contexto original, o que de fato existe e é parte principal da criação...
Acredito que ao explicar uma canção estou matando as possibilidades, uma vez que tudo já se explica se traduzirmos a palavra COMPOSIÇÃO, ao juntarmos partes assumimos oo jogo da criação, que podemos explicar, citar, ou até descontruir conceitos, agora não me interessa defini-la , de forma alguma não me interessa engessar os pensamentos de quem recebe, porque de certa forma não faço canções para paralisar a imaginação, afinal tudo esta em movimento, e gosto das oscilações que circulam ao tentarem me definir.
E se um dia conseguirem, buscarei criar canções cada mais vez mais livres da imagem que carrega seu compositor, pois já compartilhamos algo em comum, porque não provocar o desencontro¿ já que somos cercados de musicalidades modeladas e explicadinhas para um publico que se acostuma com o óbvio, o escroto, o escracho, o sei la o que...


Ao me ouvir sinta se livre para pensar o que pensei e ir alem pensando no que você pensaria observando com os ouvidos tais imagens...

 Como se só lhe restasse o direito de ser livre!

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